domingo, 23 de maio de 2010

Homenagem dos paroquianos ao aniversário de dois anos do nosso Paróco na Paróquia Nossa Senhora da Natividades




Diferença: essa é uma das muitas palavras que podem expressar o que esse menino que se torna tão homem, no jeito carinhoso de um Padre, faz em nossa comunidade.
Bom Padre, conselheiro, compreensivo, amigo, humano, palavras que diante de sua humildade comprometimento e amor perdem a forma, palavras que se dissovem no jeito único que só ele tem de se doar ao irmão.
Orgulho: é o que nós sentimos tendo você nos ajudando na longa caminhada que ainda trilhamos para o céu, obrigado pelos bons momentos que nos proporcionou, pelas oportunidades únicas que o Senhor nos deu, pelo teu silêncio tão reflexivo, pela tua fala tão presente e viva dentro de nós, pelo teu dom de ser PAI.
Sabemos que palavras são poucas para expressar a magnitude do teu ser, mais palavras também descrevem o inesplicável, são estas tão singelas e humildes palavras que escolhemos para descrever a intensidade e infinitude do nosso amor por você!
Parabéns, e obrigado por ser a mudança que queriamos ver, que a paz do nosso Senhor Jesus Cristo esteja sempre contigo!

Te amamos!


quarta-feira, 19 de maio de 2010

DEFESA DA FÉ: MARIA TEVE MAIS FILHOS?




Não vou reportar aos fatos históricos, mas somente ao que está escrito na Bíblia:

Outro dia, vi neste semanário, um senhor que, dizendo inicialmente, que não queria entrar em discussões e etc., mas é impossível não esclarecer àquelas colocações.

De imediato, lembrei-me da passagem: “Sei que depois da minha partida se introduzirão entre vós lobos cruéis, que não pouparão o rebanho. Mesmo dentre vós surgirão homens que hão de proferir doutrinas perversas, com o intento de arrebatarem após si os discípulos.” At. 20,29-30.

“Nelas há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras”. 2Pd 3,16

A Bíblia fala no nome Maria varias vezes e em seus “irmãos”:

* 1.Maria Madalena, curada por Jesus, que assistiu sua morte e sepultura e o viu ressuscitado (Lc 8,2; 24,10; Jo 20,1. 11.16).
* 2.Maria, mãe de Tiago, o Menor, e José (Mt 1,56; Mt 27,56. 61; Lc 24,10).
* 3.Maria de Betânia, irmã de Marta e Lázaro (Lc 10,39. 42; Jo 1,11-12,3).
* 4.Maria, mãe de Marcos (At 12,12).
* 5.Maria, uma cristã de Roma (Rm 16,6).
* 6.Maria, ou Míriam, irmã de Moisés (Nm 26,59).
* 7.Maria, mãe de Jesus (Mt 1-2; Lc 1-2).

As citações bíblicas usadas pelo cidadão em questão sobre os irmãos de Jesus são:

O ARGUMENTO PROTESTANTE: Mc 3, 31-35; Mt 12, 46-50; Lc 8,19-21.

“Chegaram sua mãe e seus irmãos e, estando do lado de fora, mandaram chamá-lo.

Ora, a multidão estava sentada ao redor dele; e disseram-lhe: Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e te procuram. Ele respondeu-lhes: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E, correndo o olhar sobre a multidão, que estava sentada ao redor dele, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Aquele que faz a vontade de Deus é meu irmão é minha irmã e minha mãe.”

RESPOSTA: O sentido do texto é muito mais abrangente, pois Jesus está diante da multidão e Ele aproveita para fazer daquele momento um instante de exemplo para todos. Dizendo que todos podem ser e estar “irmanados” com Ele. A colocação se refere às pessoas próximas de Jesus e não a vínculos consangüíneos.

CONCLUSÃO: Vê-se que “irmão ou irmã” de Jesus é aquele que faz a sua vontade, conforme Ele mesmo explica no próprio texto.

O ARGUMENTO PROTESTANTE: Mc 6,3-4; Mt 13, 55-57; Lc 4, 22-24.

“Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Não vivem aqui entre nós também suas irmãs? E ficaram perplexos a seu respeito.”

RESPOSTA: Vamos ver quem eram os personagens desta citação:

TIAGO e JOSÉ comprovamos facilmente que Tiago, filho de Alfeu (Há um outro Tiago, filho de Zebedeu e irmão de João (Mt 4,21)) tinha por esposa uma mulher de nome Maria. Mãe também de José. Portanto Tiago e José eram irmãos tendo como pais Alfeu e Maria.
Fundamento Bíblico:

a)Mt 27,56 - Entre elas se achavam Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu;

b)Marcos 15,47 - Maria Madalena e Maria, mãe de José, observavam onde o depositavam.

c)At 1,13 e Mt 10,3 - Tiago, filho de Alfeu.

CONCLUSÃO: Tiago e José eram irmãos, mas não podem ser irmãos de Jesus, pois na realidade são filhos de Alfeu e Maria e não de José, filho de Jacó e de Maria, Mãe de Jesus.

JUDAS Há dois Judas entre os discípulos. Judas o traidor (Lc 6,13-16) e Judas, irmão de Tiago. Neste caso, o texto que estudamos se refere a este último.
Fundamento Bíblico:

a)At 1,13; Lc 6,15-16-Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelador, e Judas, irmão de Tiago;

b)Mt 4,21-Passando adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam com seu pai Zebedeu consertando as redes. Chamou-os,…

CONCLUSÃO: Claramente vemos que Tiago, filho de Alfeu, tem um irmão de nome Judas. Não é Tiago, filho de Zebedeu, pois o nome do seu irmão seria João e não Judas, conforme vimos. Judas também é filho de Alfeu, casado com Maria, mãe de José e irmão consangüíneo de Tiago e José, conforme já vimos. Mais uma vez: José, filho de Jacó, esposo de Maria, é que é o pai terreno de Jesus e não Alfeu. Eles não poderiam ser irmãos de Cristo.

SIMÃO: Também há mais de um Simão entre os discípulos: Simão, depois chamado Pedro (primeiro Papa) e Simão, o Cananeu.
Fundamento Bíblico:

a) Mt 4,18 - Caminhando ao longo do mar da Galiléia, viu dois irmãos: Simão (chamado Pedro) e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores;

b) Mt 10,4 -…. Simão, o Cananeu…

CONCLUSÃO: Simão, depois chamado Pedro, é, claramente, irmão de André e ambos eram pescadores. Diferentemente de Jesus que tinha a influência de José que era carpinteiro. Em nenhum momento eles aparecem como irmãos de Jesus, pois Jesus os encontra pescando e os convida a O seguirem. Já no caso do outro Simão, este era Cananeu, bem diferente de Jesus que era Galileu, ou seja, de regiões diferentes da Judéia. Mais uma vez que o vínculo consangüíneo não tem fundamento.

O Evangelho, como neste caso, se refere a irmãos, refere-se a companheiros, amigos de caminhada e de idéias. Vejamos:

At 1,15-16 - Num daqueles dias, levantou-se Pedro no meio de seus irmãos, na assembléia reunida que constava de umas cento e vinte pessoas, e disse: Irmãos convinham que se cumprisse o que o Espírito Santo predisse na escritura pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam Jesus.

Será que Pedro tinha 120(cento e vinte) irmãos…
Argumento Protestante: Gálatas 1,19

“Dos outros apóstolos não vi mais nenhum, a não ser Tiago, irmão do Senhor”.

RESPOSTA: Já vimos anteriormente: Tiago ou era filho de Zebedeu (Mt 4,21) ou de Alfeu (Mt 10,3) e não poderia ser irmão de Jesus, pois Jesus era filho de José e Neto de Jacó. Aqui, São Paulo se refere, claramente, ao fato da irmandade de fé, e não de vínculo consangüíneo.

PARA FINALIZAR: Cristo é filho único de Maria. Vejamos:

Is 7,14 - A virgem conceberá e dará a luz a UM filho. Não fala que vai ter OUTRO filho, mas a apenas UM filho.

Mt 1,16 - Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual NASCEU JESUS, que é chamado Cristo. - Não fala em mais nenhum outro filho de Maria.

Tudo isso escrevi para mostrar que Maria não foi uma “mulher qualquer”, uma “reprodutora” de Jesus e de outros homens, pecadores.

Imaginem que este mesmo “veículo”, Maria de Nazaré, - Mãe do Salvador também seria veículo para trazer um pecador ao mundo, como quis colocar o escritor anterior, e que através de novos filhos, Maria teria se contaminado com mancha do Pecado Original, aonde aquele senhor, do “alto” de sua sabedoria chega a tocar no dogma da Imaculada Conceição, minimizando a sua importância no contexto salvívico da humanidade, tornando-a ombreada com as demais mulheres, sem citá-la como exemplo máximo de obediência, fé, entrega total aos planos do Senhor e que por isso mesmo tem a afirmação bíblica, clara e incontestável, de que sempre será Bendita entre as mulheres. (Luc 1- 42,48)

Lutero criador do protestantismo - diz que: “É uma doce e piedosa crença esta de que a alma de Maria não possuía o pecado original; assim, sua alma estava completamente purificada do pecado original e embelezada com os dons de Deus, por ter recebido de Deus uma alma pura. Portanto, desde o primeiro momento de sua vida, ela estava livre de todo o pecado” (Martinho Lutero, “Sermão sobre o Dia da Conceição da Mãe de Deus”, 1527). Tem mais: “Maria é a maior e a mais nobre jóia da Cristandade logo após Cristo… Ela é nobre, sábia e santamente personificada. Jamais conseguiremos honrá-la suficientemente” (Martinho Lutero, “Sermão do Natal de 1531?). “É uma doce e piedosa crença esta que diz que a alma de Maria não possuía pecado original; esta de que, quando ela recebeu sua alma, ela também foi purificada do pecado original e adornada com os dons de Deus, recebendo de Deus uma alma pura. Assim, desde o primeiro momento de sua vida, ela estava livre de todo pecado” (Martinho Lutero, “Sermão sobre o Dia da Conceição da Mãe de Deus de 1527?).

“Certas pessoas têm desejado sugerir desta passagem [Mt 1,25] que a Virgem Maria teve outros filhos além do Filho de Deus, e que José teve relacionamento íntimo colo com ela depois. Mas que estupidez! O escritor do evangelho não desejava registrar o que poderia acontecer mais tarde; ele simplesmente queria deixar bem claro a obediência de José e também desejava mostrar que José tinha sido bom e verdadeiramente acreditava que Deus enviara seu anjo a Maria. Portanto, ele jamais teve relações com Maria, mas somente compartilhou de sua companhia… Além disso, nosso Senhor Jesus Cristo é chamado o primogênito. Isto não é porque teria que haver um segundo ou terceiro [filho], mas porque o escritor do Evangelho está se referindo à precedência. Assim, a Escritura está falando sobre a titularidade do primogênito e não sobre a questão de ter havido qualquer segundo [filho]” (João Calvino, “Sermão sobre Mateus”, publicado em 1562).

Irmãos é preciso que oremos e vigiemos constantemente para que não caiamos nas ciladas do inimigo, pois, como diz a Sagrada Escritura: 1Pd 5, 8-9 “Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar. Resisti-lhe fortes na fé. Vós sabeis que os vossos irmãos, que estão espalhados pelo mundo, sofrem os mesmos padecimentos que vós.”

E ainda: “Guardai-vos dos falsos profetas. Eles vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos arrebatadores.” (Mt 7,15).

“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” (Jo 8,32)

Fonte: Vilson Bezerra Castro - Jornal de Iguatu

Nosso Bispo Diocesano!!!


Não deixe de participar da Santa Missa de Pentecostes com a Presença do Nosso Bispo Diocesano +Dom Cristiano Jacob Krapf, administrando o Sacramento do Crisma a mais de 40 Jovens e adultos de nossa comunidade paroquial, as 10h da manhã!

NOSSA HISTÓRIA:

A Diocese de Jequié é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica no estado brasileiro da Bahia.

Criada a 7 de novembro de 1978 pela bula Quo absolutius do papa João Paulo II, desmenbrada da diocese de Amargosa e Vitória da Conquista.

A diocese abrange 28 municípios e 36 paróquias sendo que dessas nove se encontram na sede da diocese Jequié.

A diocese é sufragânea da Província Eclesiástica de Vitória da Conquista. O seu zelo pastoral está entregue aos cuidados de Dom Cristiano Jakob Krapf, que está na atual função desde 1º de julho de 1979. www.diocesejequie.org.br

Bispos - sucessores dos apóstolos





Na hierarquia da Igreja, os bispos são sacerdotes com posição superior à dos padres. Em geral um bispo assume responsabilidade por uma região chamada diocese, cuja sede é uma catedral. Ele supervisiona o clero de sua diocese e pode ordenar padres e crismar membros da Igreja.


Quem é o Bispo Diocesano?

É aquele que governa uma diocese.

Quem é o Bispo Titular?

É aquele que possui o título de uma diocese que existiu no passado e agora existe apenas em título; é normalmente bispo assistente (auxiliar) de um bispo diocesano ou arcebispo.

Quem é o Bispo Coadjutor?

É o bispo assistente (auxiliar) de um bispo diocesano, com direito a sucessão.
Quem é o Vigário Episcopal?

É um assistente que pode ser ou não um bispo, designado por um bispo residencial como seu delegado em uma parte fundamental da diocese, para um determinado trabalho apostólico.

A Nomeaçâo dos Bispos

É realizada após um processo determinado de seleção que varia segundo as regiões e os diversos ritos católicos, mas a aprovação final em todos os casos está sob a decisão do Santo Padre.

O Que é o Sínodo dos Bispos?

É uma assembléia de Bispos escolhidos das diversas regiões do mundo, que se reúnem em ocasiões determinadas para fomentar a união estreita entre o Romano Pontífice e os Bispos, e ajudar o Papa com seus conselhos para a integridade e melhora da fé e costumes e a conservação e fortalecimento da disciplina eclesiástica, e estudar as questões que se referem à ação da Igreja no mundo.
Foi criado pelo Papa Paulo VI em 15 de Setembro de 1965 com o Motu Proprio Apostolica Sollicitudo, aprovando seu Regulamento em 8 de Dezembro de 1966, que foi ampliado nos anos de 1969, 1971 e 1974." (D.C. 342)

O sínodo depende diretamente e imediatamente do Papa, que tem a autoridade de designar a agenda, chamar a sessão e dar aos membros autoridade de deliberar e aconselhar. O Papa se reserva o direito de designar o Secretário Geral, Secretários Especiais e até 15% do total dos membros.

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Nossa Senhora do Sorriso




A devoção de Nossa Senhora do Sorriso, está muito ligada à Santa Teresinha do Menino Jesus. O espírito de devoção filial para com Maria marcou a vida inteira dessa pequenina grande Santa. Sensibilíssima e precoce decidiu se dedicar a Deus desde a infância. E fez de sua vida consagrada uma singular projeção missionária da Virgem Santíssima. Por isso, é modelo de empenho missionário, sem nunca ter saído do Carmelo de Lisieux, França.

Os fundamentos da religião Teresinha aprendeu com seus pais, Luis Martin e Zélia Guerin. O pai era um fervoroso devoto mariano e possuía uma imagem da Santíssima Virgem no seu quarto. Quando se casou, a imagem passou para a família. Teresinha era a caçula de nove irmãos. Sofreu um grande trauma, em 1877, quando sua mãe Zélia adoeceu e morreu em poucos meses. Então, com quatro anos de idade, ficou sob os cuidados da sua irmã Paulina.

Em outubro de 1882, Teresinha sofreu outro forte golpe, ficou sem a 'segunda mãe'. Paulina ingressou no Carmelo de Lisieux, com a benção do pai. A tristeza de Teresinha se tornou uma doença que se agravava a cada dia. Na noite da Páscoa de 1883, as crises de tremores começaram e duraram semanas. O médico da família diagnosticou uma profunda depressão motivada por frustração afetiva. A imaturidade emocional própria dessa idade, não permitiu que ela assimilasse a perda das 'duas mães'. Vivendo na angustia do abandonado e sem conseguir reagir, apresentou um comportamento regressivo que a levou a ser tratada como uma recém nascida. Um caso gravíssimo e, na época, sem cura na medicina.

Paulina, unida às demais carmelitas do Convento de Lisieux, intensificou as súplicas em oração a Nossa Senhora, para lhe obter a cura. Com essa intenção, seu pai Luis mandou celebrar uma novena de Missas no santuário de Nossa Senhora das Vitórias de Paris, acompanhada por todos os parentes e amigos. Enquanto ele e as outras filhas rezavam diante da imagem da Virgem colocada ao lado do leito da menina enferma.

Mais tarde, no livro de sua autobiografia, 'História de uma alma', Santa Teresinha narrou que só foi curada dessa enfermidade pela intervenção materna de Maria. Escreveu que: 'No dia 13 de maio de 1883, festa de Pentecostes,... do leito, virei meu olhar para a imagem de Nossa Senhora e... De repente, a Santíssima Virgem pareceu-me bonita, tão bonita que nunca vira algo semelhante, seu rosto exalava uma bondade e uma ternura inefáveis, mas o que calou fundo em minha alma foi o 'sorriso encantador da Santíssima Virgem'. Todas as minhas penas se foram naquele momento, duas grossas lágrimas jorraram das minhas pálpebras e rolaram pelo meu rosto, eram lágrimas de pura alegria... Ah! Pensei, a Santíssima Virgem sorriu para mim, estou feliz... (...) Fora por causa dela, das suas intensas orações, que eu tivera a graça do sorriso da Rainha do Céu...' (Ma, 30v).

A esta imagem ela deu o título de 'Virgem do Sorriso' e a invocação começou com seus familiares. Depois, ela levou a devoção para o Carmelo de Lisieux, onde ingressou aos quinze anos de idade, por deferência especial do Papa Leão XIII. Finalmente, foi divulgada em todas as ordens carmelitas e se propagou no mundo.

A imagem de Nossa Senhora do Sorriso, de Santa Teresinha tem menos de noventa centímetros de altura, é uma reprodução da obra do artista Bouchardon. Esteve em frente da enfermaria do Carmelo de Lisieux, onde ela concluiu a sua breve existência de vinte e quatro anos, em 1897. Hoje, a imagem é venerada na capela do mesmo Carmelo, acima da cripta de vidro que guarda as relíquias da Santa. Nossa Senhora do Sorriso, de Santa Teresinha também é celebrada no dia 15 de agosto.

Nossa Senhora de Sion


O jovem Afonso Ratsbonne pertencia a uma rica família israelita. Jovem e boêmio, dizia-se ateu. Certa feita, empreende longa viagem ao Oriente e resolve passar alguns dias em Roma, onde, ao ver a degradação dos judeus no "ghetto" romano teve seu ódio aos cristãos ativado.

Após visitar todos os pontos históricos e artísticos da capital italiana decide ir à casa de um amigo protestante que há tempos não via. Ao entrar, porém, em sua residência, o empregado equivocou-se e levou-a à presença do irmão desse amigo, o barão de Bussières, fervoroso católico, há pouco convertido do protestantismo.

Conversam amigavelmente e após alguns minutos travou-se entre ambos uma forte discussão sobre religião. O barão teve uma idéia: lançou-lhe ao pescoço a "Medalha Milagrosa". Ratisbonne protestou, mas aceitou educadamente o presente e concordou ainda em copiar a famosa oração à Virgem, o "Lembrai-vos".

No dia seguinte, Ratisbonne encontrou-se por acaso com o barão em frente à igreja de Santo André e, para fazer-lhe companhia, penetrou no templo. Ao cabo de alguns minutos, cansado de esperar pelo amigo que se dirigira à sacristia, o judeu correu à igreja com os olhos para ver se encontrava alguma obra de arte, mas, de repente, uma visão deslumbrante prendeu-lhe a atenção.

Uma Senhora de porte majestoso, adornada de roupas alvíssimas e com um manto azul sobre os ombros, mais luminosa do que o sol e olhando-o com inefável doçura, parecia ter os braços abertos inclinados para ele. Sem saber como, o ateu ajoelhou-se junto à balaustrada da capela. Procurou erguer os olhos, mas a Virgem da Medalha levantou duas vezes a sua mão e colocou-a sobre a cabeça de Afonso, obrigando-o a baixá-la. Neste ínterim, o barão de Bussières, apreensivo por ter feito seu companheiro esperar por muito tempo, procurou-o pela igreja e viu Ratisbonne de joelhos e imóvel. Impressionado, olhou-o de perto e percebeu que seu rosto estava pálido e banhado em lágrimas. O barão chamou-o e Afonso abraçou-o soluçando e pediu para falar com um sacerdote.

Após alguns dias de instrução religiosa, Afonso Ratisbonne foi batizado solenemente e, quando o padre perguntou-lhe o nome, respondeu humildemente: "Maria".

Este fato ocorrido em 1842 não permaneceu isolado, pois devido à conversão de seu irmão Afonso o padre Teodoro Ratisbonne, que há muito tempo pertencia ao redil de Cristo, teve a idéia de fundar uma congregação religiosa destinada a trabalhar pela conversão do povo de Israel.

Unindo seus esforços nesta instituição missionária e movidos pelo mútuo e supremo ideal de salvar as almas, os dois irmãos ficaram imaginando qual nome que daria à sua ordem religiosa, fundada sob a inspiração de Maria Santíssima. Debalde procurava o padre Teodoro imaginar um novo título para a Rainha do Céu, quando certo dia, após celebrar a santa missa, ao abrir um livrinho para rezar a sua "ação de graças", a primeira palavra que viu foi: SION (Sião). Esse nome essencialmente bíblico harmonizava-se tão bem com a obra iniciada pelos irmãos Ratisbonne, que logo foi adotado, criando-se assim para a nova congregação o título de Nossa Senhora de Sion, que é representada de pé com a vestimenta das mulheres de Israel, tendo sobre a cabeça uma coroa de quatro pontas. Segura com as mãos o Menino Jesus, que está sentado sobre elas, de costas para sua mãe.

A Congreação espalhou-se pelo mundo inteiro, tendo as religiosas chegado ao Brasil em 1889, onde instalaram uma casa no Rio de Janeiro e em Petrópolis.

Nossa Senhora da Saúde


A devoção a Nossa Senhora da Saúde teve início em Portugal, na época da “grande peste”, em meados do século XVI. No verão de 1569 o contágio chegou ao máximo e todos os esforços foram feitos pelo rei D. Sebastião, que chegou a pedir médicos à Espanha, a fim de debater o mal.

O povo então, ao ver que os recursos humanos falhavam, recorreu à Mãe de Deus, organizando procissões de penitência em honra de Nossa Senhora da Saúde.

Em 1570, tendo diminuído o número de mortes, foi escolhido o dia 20 de abril para agradecer a nossa a Senhora pelos benefícios. Em festiva procissão, levada em rico andor, a bela imagem da Virgem Maria recebeu o título de Nossa Senhora da Saúde.

De Portugal, esta invocação veio para o Brasil, sendo as primeiras imagens trazidas de lá para salvador, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

A igreja de Nossa Senhora da Saúde em São Paulo, realiza a festa de sua padroeira no dia 15 de agosto, dia da celebração da Assunção de Nossa senhora, com festas religiosas e recreativas, destacando-se o Tríduo e a Missa solene seguida de procissão pelas ruas. Todo dia 15 às 15:30 hs é celebrada a Missa e Benção dos enfermos.

Constatamos com alegria que a devoção a Nossa Senhora da Saúde está aumentando entre os fiéis, inclusive de outros estados do Brasil.
Oração Nossa Senhora da Saúde

À Vossa proteção recorremos, ò Santa Mãe de Deus, Consoladora dos aflitos e Saúde dos enfermos. Não desprezeis nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos ,Ó Virgem Gloriosa e Bendita, Senhora Nossa, Medianeira Nossa, Advogada Nossa, com Vosso Filho reconciliai-nos, A Vosso Filho recomendai-nos, a Vosso Filho apresentai-nos.

Nossa Senhora de Salette


Nossa Senhora apareceu em 19 de setembro de 1846 nos Alpes Franceses apareceu a dois pastorzinhos, a que eles chamaram de Bela Senhora. Apareceu chorando com as mãos cobrindo o rosto, sentada numa pedra e quando aproximam-se levanta e diz para as crianças não terem medo e lhes diz de sua tristeza por ser obrigada a pedir pelos homens a seu filho Jesus para que não os abandone, e estes nem ligam. Fala que o que torna isto mais difícil são os carroceiros juram usando nome de seu Filho, as pessoas que trabalham todos os dias da semana e lembra que somente algumas pessoas idosas vão à missa e ainda que as pessoas não faziam o jejum da quaresma e que reclamavam da colheita blasfemando.

Particularmente às crianças disse que deveriam rezar ao menos um pai-nosso e uma ave-maria ao levantar e deitar e quando fosse possível que fizessem mais. Ela disse que se não se convertessem não haveria trigo e nem batatas naquele ano, mas que se se convertessem haveriam colheitas excepcionais e muita abundância. Ela desapareceu dizendo aos pastores que levassem esta mensagem a todo o seu povo.

Logo após a aparição muitas pessoas foram curadas de suas enfermidades, muitas delas as tinham durante cerca de 20 anos, foram curadas ao fazerem a novena da Salette ou tomando água da fonte que nasceu no local onde Nossa Senhora apareceu aos pastorzinhos.

Hoje a devoção da Salette permanece, as pessoas fazem a novena, vem às Igrejas de N.Sa.Salette e são agraciadas com a saúde, com o emprego, tornando sua mensagem sempre atual.

Nossa Senhora do Rosário




Tudo o que no Pai Nosso pedimos, é muito reto, muito bem ordenado e conforme a fé, esperança e caridade cristã, e já por isto tem o especial agrado da SS. Virgem. Além disto, ouvindo-nos rezar, Ela reconhece em nossa voz o timbre da voz de seu Filho, que nos deu e ensinou à viva voz esta oração e nô-la impôs dizendo: Assim deveis rezar. Maria, vendo-nos assim com o Rosário, cumprindo fielmente a ordem recebida, com tanto mais amor e solicitude nos atenderá.

“As místicas coroas que lhe oferecemos, são-lhe sumamente agradáveis e penhores de graça para nós” (Leão XIII). A própria Rainha do Céu fez-se quase fiadora da eficácia desta excelente oração.

A origem da devoção à Nossa Senhora do Rosário é muito antiga, mas sua propagação tomou impulso com São Domingos de Gusmão. Foi por sua inspiração que São Domingos fez do Rosário sua poderosa arma para combater a heresia dos albingenses, isto no início do século XIII, onde a tal heresia crescia vertiginosamente na França. Fundou a ordem dominicana e por sua intensa propagação e devoção, a Igreja lhe conferiu o título de "Apóstolo do Santo Rosário".Existem, inclusive, certas versões históricas que afirmam ter Nossa Senhora aparecido a São Domingos segurando o Menino Jesus no colo e oferecendo-lhe o santo Rosário, e cuja propagação e divulgação teria tomado impulso por pedido pessoal de Maria Santíssima.

À recitação do Rosário é que a igreja atribui os seus maiores triunfos, e grata atesta, pela boca dos Sumos Pontífices que:

“pelo Rosário todos os dias desce uma chuva de bênçãos sobre o povo cristão”(Urbano IV); “que é a oração oportuna para honrar a Deus e a Virgem, como afastar bem longe os iminentes perigos do mundo” (Sixto IV); “propagando-se esta devoção, os cristãos entregues à meditação dos mistérios inflamados por esta oração, começarão a transformar-se em outros homens, as trevas das heresias dissipar-se-ão e difundir-se-á a luz da fé católica” (São Pio V); "desejamos ver sempre mais largamente propagada esta piedosa prática e tornar-se devoção verdadeiramente popular de todos os lugares, de todos os dias" (Leão XIII).

Nos mistérios do Rosário, contemplamos todas as fases do Evangelho:
Os mistérios gozosos

Retratam as meditações da anunciação do Anjo a Nossa Senhora, visitação de Maria à Santa Isabel, nascimento triunfante de Jesus, sua apresentação no templo e Jesus, entre os doutores da lei.
Nos mistérios dolorosos

Contemplamos a agonia de Jesus no horto, flagelação de Jesus, a coroação de espinhos, o calvário, a crucificação e morte de Jesus.
Nos mistérios gloriosos

A Ressurreição de Jesus, a sua Ascensão aos céus, a vinda do Espírito Santo sobre Maria e os Apóstolos, a Sua Assunção e gloriosa Coroação.

E, sob inspiração maternal de Nossa Senhora, no dia 16/10/2002, pela carta apostólica Rosarium Virginis Mariae, que Sua Santidade o Papa João Paulo II acrescentou ao Rosário os Mistérios Luminosos, que retratam a vida pública de Jesus, desde o seu batismo no Jordão, o primeiro milagre nas Bodas de Caná, proclamação do reino, transfiguração e instituição da Eucaristia. Estes mistérios foram inseridos entre os mistérios gozosos e os dolorosos, formando um perfeito complemento da meditação da Bíblia.

A santa devoção atravessou os séculos sempre com o empenho da Santa Igreja de difundi-lo. Tem a virtude de excitar e nutrir em nós o recolhimento, pondo-nos em contato com os mistérios da nossa religião. É a oração do sábio e do ignorante, pois, como nenhuma outra, se adapta à capacidade de todos.

Peçamos a Maria Santíssima a graça de sermos não só fiéis propagadores, mas principalmente perseverantes na prática de sua recitação, e que tenhamos sempre o desejo inflamado de rezá-lo sempre com muito entusiasmo e alegria. E que tenhamos a convicção de que o Rosário une o tempo à eternidade, a cidade terrena à cidade de Deus.

Nossa Senhora das Rosas


A Rosa simboliza há muito tempo grande mistério. Na catacumba de São Calixto (Século III) os cristãos pintavam rosas como sinal do paraíso. São Cipriano de Cartago escreve que é o sinal do martírio.

No século V a rosa já era sinal metafórico da Virgem Maria. Edulio Caelio foi o primeiro a chamar a Maria “rosa entre espinhos”. Quatro séculos depois o monge Teófanes Graptosusa faz a mesma comparação referindo-se à pureza de Maria e a fragrância de sua graça. Para Tertuliano e Santo Ambrósio a raiz representa a genealogia de Davi; o broto é Maria e a flor, rosa, é Cristo.

A veneração da Rosa Mística remonta aos primeiros séculos do cristianismo. No hino “Akathistos Paraclisis” das igrejas do Oriente, é como uma espécie de Rosário cantado a invocação: “Maria, Tu, Rosa Mística, da qual saiu Cristo como milagroso perfume.” Podemos ver também como nas Ladainhas Lauretanas (1587), em honra à Santíssima Virgem, que trazem o título de Maria Rosa Mística.

A partir do século V que a rosa passou a simbolizar Maria Santíssima. As gravuras e ícones marianos orientais representam a Mãe Imaculada com o Filho nos braços e uma rosa na mão. O ocidente deu outras expressões a essa iconografia Mariana. Sob título de "Madona da Rosa" ou "Madona das Rosas", foram executadas diversas obras especialmente para adornar diversos Santuários no mundo.

A devoção à Nossa Senhora "das Rosas" teve início no século XV e está ligada a dois fatos extraordinários, ocorridos na região da Brescia, Itália.

Era noite de 3 para 4 de janeiro de 1417, quando dois mercadores romanos dirigiram-se à localidade de Brescia, rumo à Bérgamo (Itália), quando acabaram se perdendo em um bosque dum vilarejo chamado Albano. Estavam a oito quilômetros do destino, mas perdidos na selva, quando foram duramente castigados pelo frio e pela fome, já que o local estava coberto pela neve. Neste momento pediram fervorosamente auxílilo ao Senhor, invocando a ajuda e intercessão da Virgem Maria, fazendo o firme propósito de erguerem uma capela em sua honra, caso os libertasse daquela situação desesperadora. Foi quando subitamente veio do céu um raio de luz rompendo a escuridão, onde um grande feixe luminoso indicou o caminho até a entrada da cidade.

Com ânimo renovado, sentiram grande júbilo diante do maravilhoso milagre.

Ao aproximarem-se da basílica de Santa Maria Maggiore, quando ainda rezavam agradecendo a Deus, sucedeu-lhes um segundo milagre. A Virgem Imaculada apareceu num trono de nuvens, rodeada de rosas. Tinha no colo o Menino Jesus, que também trazia na mão um pequeno maço de rosas. Era um espetáculo do paraíso realizando-se diante dos seus olhos.

Ao amanhecer, a notícia defundiu-se rapidamente junto ao povo e também junto à autoridade civil; o fato prodigioso foi grande sinal de benevolência da parte do céu para a cidade de Bérgamo, aflita por muitos problemas, já que a Itália atravessava sérias contendas, inimizades e discórdias, principalmente pelo fato da Igreja encontrar-se contundida pela divisão de cismas. Isto fez com que São Bernardino de Sena suplicasse uma bênção especial à Nossa Senhora, no mesmo instante daquela noturna aparição.

Todas as intenções de erigir um templo em reconhecimento à tantas graças recebidas por parte de Nossa Senhora, foram informadas ao novo Papa Martinho V, eleito no Concílio de Constança, em 11 de novembro de 1417. No ano seguinte (1418), foi o próprio Papa quem autorizou a construção do templo mariano no Monte Bérgamo, hoje Monte Róseo, inaugurada em maio daquele ano. Os mercadores que haviam feito doações para a primeira obra, acabaram adquirindo também um terreno no vilarejo de Albano, local do primeiro milagre e aí construíram uma capela também dedicada a Nossa Senhora das Rosas.

A devoção de Nossa Senhora das Rosas atravessou séculos e reascendeu-se com por ocasião da difusão da epidemia de cólera, em 1855. O pároco de Albano não só exortou a população a recorrer à Nossa Senhora das Rosas, mas fez um voto de erigir no local onde estava a capela, um Santuário em sua homenagem, caso cessasse o contágio. O contágio cessou em 20 de setembro de 1855, iniciando-se a construção do santuário com aclamação unânime da população local. Nossa Senhora das Rosas é celebrada no dia 04 de Janeiro, conforme decreto pontifício firmado em 1877 pelo Papa Pio IX.

Nossa Senhora do Rócio


O culto à Virgem do Rocio teve inicio no séc. XVII, logo após a elevação do pelourinho em Paranaguá, em 1648. Quando, em 1686,os habitantes desta Vila, às margens de sua baia, foram assolados por uma peste, essa gente recorreu aos favores de Maria, Mãe de Jesus, invocada neste título, para que os livrasse desta terrível lamúria. Desde aí, esta Virgem vem sendo o socorro dos aflicões dos devotos católicos paranaenses. Rocio era o perímetro das Vilas, onde terminava a povoacão, o arruamento, e comecava a se condensar orvalho matutino. Rocio quer dizer orvalho, em português arcaico Nossa Senhora do Rocio é Nossa Senhora do Orvalho Matutino, Nossa Senhora do Amanhecer.
O Paraná amanheceu no rocio de Paranaguá

As festas do Rocio fizeram-se famosas pelos fandangos caboclos, com violas, rabecas, e tambores de madeira tiradas das árvores das ilhas e dos manguezais da baía de Paranaguá. Na gravura da Impressora Paranaense ( casa fundada pelo Barão do Sêrro Azul ), o pintor paranaense Arthur Nísio - na época do Centenário do Paraná ( 1953) - idealizou a Virgem, orvalhando com sua bencão, seu santuário e a baía, antes das modificacões que o afastaram do mar

O Papa Paulo VI em 1977 declarou Nossa Senhora do Rocio como a padroeira do Paraná, sendo a iniciativa ratificada pelo governador Jaime Canet
A proclamação como Rainha do Paranaguá

Foi durante a 24ª Assembléia dos Bispos do Paraná, que Dom Bernardo José Nolker comunicou a realização de uma aspiração do Episcopado e do povo do Paraná: Nossa Senhora do Rocio fora proclamada Padroeira Perpétua do Estado do Paraná. no dia 11 de março de 1977. A petição havia sido feita por dois Arcebispos e 22 bispos do Estado do Paraná, além dos pedidos formais do governador do Estado, Poder Legislativo e Judiciário. A concessão feita ao estado do Paraná, pelo que se sabe, é a única, não constando que outros Estados a tenham conseguido ou solicitado.
O Decreto

decreto, Protocolo CD 768/77 da Sagrada Congregação para os sacramentos e o culto Divino, declara em nome do Papa Paulo VI, Nossa Senhora do Rosário do Rocio eleita Padroeira do Paraná, junto a Deus. O Protocolo fez-se acompanhar de Breve Apostólico (carta) com data de 30 de julho de 1977, assinada pelo Cardeal João Villot, Secretário de Estado do Vaticano, declarando Nossa Senhora do Rocio Padroeira do Paraná para o presente e futuro, "ad aeternum". Dom Bernardo José Nolker, Bispo da Diocese de Paranaguá, onde está o Santuário da padroeira, entende que o privilégio que o Papa concedeu servirá para intensificar a devoção a Nossa Senhora. D. João Francisco Braga, primeiro Arcebispo do Paraná, há mais de cinqüenta anos. Assim se expressava: "Que a província Eclesiástica de Maria tenha o seu Santuário, de Nossa Senhora do Rocio, em Paranaguá".
Histórico

A referência histórica mais antiga é de 1686, quando da epidemia chamada "Peste da Bicha", em Paranaguá, narrada por Vieira dos Santos, quando a cidade contava com apenas 38 anos de fundação e a devoção à Virgem do rocio já havia conquistado a população que a cultuava num modesto oratório doméstico, próximo à praia, onde fora encontrada por pescadores. Em fases sucessivas de acontecimentos, esta devoção tem longa história até o estágio atual. Entre outras seguem-se algumas datas marcantes. Em 1939 a imagem de Nossa Senhora deixou seu Santuário em Paranaguá, para ser transportada à Curitiba, em viagem triunfal, a fim de presidir os atos que marcaram o Jubileu da Congregação Mariana da Catedral. Em 1948, pelo Jubileu Episcopal de D. Ático Eusébio da Rocha, Arcebispo Metropolitano, realizou-se o 1º Congresso Mariano do Paraná, que antes do atual decreto tinha um sentido apenas popular. Em 1953, pela terceira vez a imagem esteve em Curitiba para presidir o Congresso Eucarístico Nacional, na oportunidade, o Paraná comemorava o seu 1º Centenário da Emancipação Política. Nessa ocasião, a imagem peregrinou também durante 105 dias, pelo interior do Estado. Começaram então a chegar às mãos do arcebispo Metropolitano, Dom Manoel da Silveira Delboux, inúmeros pedidos para solicitar ao Papa que declarasse N. Sra. do Rocio Padroeira do Estado do Paraná , o que hoje tornou-se realidade. Perante o privilégio agora concedido e em face da atual renovação da igreja, no sentido de atualizar-se. D. Bernardo afirmou: "Não é coincidência mais esta conquista mariana, onde os Redentoristas tem um importante papel. Nosso Fundador, S. Afonso de Ligório foi grande devoto de Maria e deixou esta herança espiritual a seus filhos que a levam através dos séculos. Sob nosso cuidados estão o Santuário de Aparecida, em Aparecida/SP; a igreja do Perpétuo Socorro em Curitiba recebendo mais de 30 mil fiéis por semana. E, agora, em Paranaguá, o Santuário de N. Sra. do Rocio, Padroeira do Paraná. Os Redentoristas teriam então nesse momento a missão de fortalecer a devoção mariana, porque os brasileiros são devotos de Maria desde as origens de nossa história, a partir da catequese de Anchieta.
Atualidades

Todos os anos, de 06 a 15 de Novembro, realiza-se na histórica cidade de Paranaguá, litoral do Paraná - Brasil, a Festa de Nossa Senhora do Rocio, Padroeira do Estado.

O dia da Festa, 15 de Novembro, é marcado por inúmeras celebrações para as quais acorrem milhares de fiéis romeiros de varias cidades do Paraná, além da incontável presença de devotos da Diocese de Paranaguá, onde se localiza o Santuário da Padroeira.

"A devoção a Nossa Senhora do Rocio tem raízes profundas na vida do povo do litoral do Paraná, pois data dos meados do século XVII, pouco tempo após a elevação de Paranaguá à Vila, em 1648"(Pe. Karl Eugene Esker, Jornal "Voz Vicentina do Paraná").

Segundo nos relata o historiador paranaense Vieira dos Santos, já em 1686 os habitantes da então Vila de Paranaguá "haviam recorrido aos favores da Virgem do Rocio para que os livrasse da terrível peste que assolava o litoral, nessa época". Antes dessa data, sabemos somente que um pescador chamado Pai Berê achou a imagem que é de Nossa Senhora do Rosário, em estilo barroco. Uma lenda diz que ele retirou a imagem da margem da baía na rede, enquanto pescava. Outra diz que a encontrou num campo de rosas loucas, no barranco à beira da baía. Por um tempo ficou num oratório na casa de Pai Berê , onde se tornou objeto da devoção dos pescadores, sendo batizada com o nome de Nossa Senhora do Rocio.

"O culto à imagem se difundiu, aumentando a fé e a esperança em Nossa Senhora do Rosário do Rocio, atraindo devotos não somente das redondezas, mas também da Vila" (Waldomiro Ferreira de Freitas, Aspecto Histórico e Turístico de Paranaguá).
Milagres atribuídos a Nossa Senhora do Rocio

Através dos anos, a devoção cresceu até o milagre que deu fim a peste, em 1686, milagre que se repetiu ao longo dos séculos em inúmeras ocasiões em que a Santa do Rocio atendeu aos seus devotos com curas individuais e coletivas, como nos casos da Peste Bubônica, em 1901 e da Gripe espanhola, em 1918.

Há ainda inúmeros registros do socorro da Virgem do Rocio prestado aos marinheiros em violentas tempestades e tragédias no mar, os quais se tornaram seus devotos e a homenagearam com procissões e comoventes romarias pelas ruas da cidade, rumo ao Santuário. É o caso do navio "Raul Soares", no dia 26 de junho de 1931; do navio "Philadélphia", em julho de 1931; e do navio "Maria M", no dia 08 de agosto de 1932.
Oração a Nossa Senhora do Rócio

Virgem Gloriosa do Rocio, Mãe e Rainha de teu filhos todos,
eis-nos aqui para te louvar, te bendizer
e agradecer por tudo que somos, por tudo que temos,
por tudo que fomos chamados a ser.

Humildemente pedimos, ó Mãe bondosa,
o teu olhar misericordioso
sobre todos os nossos momentos de desamor,
sobre todos os nossos pecados.

Imploramos aos teus pés, Mãe querida do Rocio,
aquela chuva de graças sobre graças para nossa Pátria
as nossas famílias, os nossos filhos, os idosos,
os doentes e aflitos, os deprimidos e os excluídos.

Fortalece as nossas comunidades, faze crescer o Reino da Paz,
da justiça, do amor, do perdão e da misericórdia.

Virgem Senhora do Rocio, Santa Mãe querida,
abençoa - nos, protege-nos,
leva-nos ao encontro eterno com teu Filho Jesus.

Amém. Assim seja!

Nossa Senhora Rainha


Nossa Senhora, verdadeira Mãe de Jesus Cristo, Rei do Universo, é invocada hoje com o título de Rainha do Céu e da Terra. Antigamente a festa da realeza de Nossa Senhora era celebrada no dia 31 de maio.

A liturgia sagrada já invoca a Mãe de Deus com os títulos de Rainha dos Anjos, dos Patriarcas, dos Profetas, dos Apóstolos, dos Mártires, dos Confessores, das Virgens, de todos os Santos, Rainha Imaculada, Rainha do Santíssimo Rosário, Rainha da Paz e Rainha Assunta ao Céu.

Este título de Rainha exprime então o pensamento de a Santíssima Virgem se avantajar a todas as ordens de santidade e de virtude, Rainha dos meios que levam a Jesus Cristo, e de que, sendo Rainha assunta ao Céu, já era sobre a terra, isto é, Rainha reconhecida pela terra e pelo céu como sendo a criatura mais perfeita e mais avantajada em toda a santidade e semelhança de Deus Criador!

Mas, quando falamos no título da Realeza de Maria Santíssima, trata-se da Realeza que Lhe cabe por direito como Soberana, deduzida das suas relações com Jesus Cristo, Rei por direito de tudo o criado, visível e invisível, no céu e na terra.

Efetivamente as prerrogativas de Jesus Cristo tem todas os seus reflexos na Santíssima Virgem, Sua Mãe admirável: Assim Jesus Cristo é o Autor da graça, e Sua Mãe é a dispenseira e intercessora de todas as graças; Jesus Cristo está unido à Santíssima Virgem pelas suas relações de Filho e nós, corpo místico de Jesus Cristo, estamos também unidos a Sua Mãe pelas relações que Ela tem conosco como Mãe dos homens. E assim, pelo reflexo da Realeza de Jesus Cristo, seu filho, Ela é Rainha do céu e da terra, dos Anjos e dos homens, das famílias e dos corações, dos justos e dos pecadores que, na Sua Misericórdia real, encontram perdão e refúgio.

Oh! Se os homens aceitassem, de verdade prática, a Realeza da Santíssima virgem, em todas as nações, em todos os Lares e realmente pelo seu governo maternal regulassem os interesses deste mundo material, buscando primeiro que tudo o Reino de Deus, o Reino de Maria Santíssima, obedecendo aos seus ditames e conselhos Reais, como depressa se mudaria a face da terra!

Todas as heresias foram, em todos os tempos, vencidas pelo cetro da Santíssima Mãe de Deus. Nesses nossos tempos, tão conturbados pelas sumas das heresias, os homens debatem-se numa pavorosa luta em que vemos e apalpamos, da maneira mais trágica, serem insuficientes os meios humanos para restabelecer a paz na sociedade humana! De resto, demasiado puderam os homens a sua confiança nos sistemas sociais, nos meios do progresso científico, no poder das armas de destruição, no terrorismo, e tudo isso só serviu para o mundo assistir agora desorientado à maldição profetizada aos homens que põem a sua confiança nos homens, afastando-se de Deus e da ordem sobrenatural da graça!

Maria Santíssima, Rainha do Céu e da terra, foi sempre a vencedora de todas as batalhas de Deus: Voltem-se os governantes do mundo para Ela e o Seu cetro fará triunfar a causa do bem, com o triunfo da Igreja e do Reino de Deus!
ENCÍCLICA DO PAPA PIO XII SOBRE A FESTA DE NOSSA SENHORA RAINHA

O Papa pio XII, em encíclica dirigida aos membros do episcopado a respeito da Realeza de Maria, recorda que o povo cristão sempre se dirigiu à Rainha do céu nas circunstâncias felizes e sobretudo nos períodos graves da história da Igreja.

Antes de anunciar a sua decisão de instituir a festa litúrgica da “Santa Virgem Maria Rainha”, assinalou o Papa:

“Não queremos propor com isso ao povo cristão uma nova verdade e acreditar, porque o próprio título e os argumentos que justificam a dignidade real de Maria já foram abundantemente formulados em todos os tempos e encontram nos documentos antigos da Igreja e nos livros litúrgicos. Tencionamos apenas chamá-lo com esta encíclica a renovar os louvores à nossa Mãe do céu, para reanimar em todos os espíritos uma devoção mais ardente e contribuir assim para o seu bem espiritual”

Pio XII cita em seguida as palavras dos doutores e santos que desde a origem do Novo testamento até os nossos dias salientaram o caráter soberano, real, da Mãe de Deus, co-redentora: Santo Efrem, São Gregório de Naziano, Orígenes, Epifânio, Bispo de Constantinopla, São Germano, São João Damasceno, até Santo Afonso Maria de Ligório.

Acentua o Santo Padre que o povo cristão através das idades, tanto no oriente quanto no ocidente, nas mais diversas liturgias, cantou os louvores de Maria, Rainha dos Céus.

“A iconografia, disse o Papa, para traduzir a dignidade real da bem-aventurada Virgem Maria, enriqueceu-se em todas as épocas com obras de arte do maior valor. Ela chegou mesmo a representar o divino Redentor cingindo a fronte de sua Mãe com uma coroa refulgente”.

Na última parte do documento o Papa declara que tendo adquirido, após longas e maduras reflexões, a convicção de que decorrerão para a Igreja grandes vantagens dessa verdade solidamente demonstrada”, decreta e institui a festa de Maria Rainha, e ordena que nesse dia se renove a consagração do gênero humano do Coração Imaculado na Bem-Aventurada Virgem Maria “porque nessa consagração repousa uma viva esperança de ver surgir uma era de felicidade que a paz cristã e o triunfo da religião alegrarão”.

Nossa Senhora de Pompéia


No ano de 79 ocorreu a famosa erupção do Vulcão Vesúvio, que sepultou a cidade pagã de Pompéia (Sul da Itália). Ali a aristocracia romana gostava de passar o tempo com entretenimentos e foi surpreendida pela súbita destruição.

No início do Século IX instalaram-se nas proximidades famílias de campesinos que erigiram uma humilde capela. Em 1872 chegou o advogado Bartolo Longo (beatificado em 26 de outubro de 1980), que trabalhava para a Condessa de Fusco, dona dessas terras. Logo descobriu que, depois da morte do sacerdote, já não haviam missas na capela e poucos seguiam firmes na fé.

Uma noite, o advogado Bartolo Longo viu em sonhos a um amigo morto anos atrás, que lhe disse: “Salva a esta gente Bartolo! Propaga o Rosário. Estimula-os para que o rezem. Maria prometeu a salvação para aqueles que fizerem”. Assim, Longo trouxe de Nápoles muitos Rosários para distribuir e encorajou também a vários vizinhos que o ajudassem a reformar a capela. A população começou a rezar o Rosário, cada vez em maior número.

Em 1878, Longo obteve de um convento de Nápoles um quadro de Nossa Senhora entregando o Santo Rosário a São Domingos e Santa Rosa de Lima. Estava deteriorado mas um pintor o restaurou. Este mudou a figurade Santa Rosa pela de Santa Catarina de Siena. Posta sobre o altar do Templo, ainda que inacabada, a Virgem Santíssima começou a operar milagres.

Em 08 de maio de 1887, o cardeal Mônaco de Valleta, colocou na venerada imagem um diadema de brilhantes benta pelo Papa Leão XII e em 08 de maio de 1891, deu-se a solene consagração do novo Santuário de Pompéia, que existe atualmente.

Nossa Senhora dos Pobres


A primeira tentação que nos sobrem diante de tão sublime invocação de Maria, como Mãe de todos os Pobres, determo-nos somente no redutor significado da pobreza como uma condição econômica e social desfavorecel. Mas a pobreza, na espiritualidade bíblica, atinge uma amplitude de conotações tão vasta, que atinge todos os homens de boa vontade, cuja atitude interior da alma manifesta uma disposição de suprema humildade, justiça, temor de Deus, obediência, serviço, mansidão na provação, sacrifício de si mesmo até‚ ao aniquilamento por amor ao outro... São os "Pobres de Javé", cujo clamor sobe aos ouvidos de Deus e que ressoa na literatura sapiencial e nos salmos.

Com os Profetas, o vocabulário da pobreza adquire um matiz moral e escatol¢gico: os pobres, pequenos e humildes, oprimidos, fracos, indigentes, aqueles que se consideram pouca coisa, são eles os primeiros destinatários e herdeiros da redenção prometida. O Messias, também Ele, um Pobre de Deus, é enviado e ungido para "anunciar a Boa Nova aos pobres, curar os quebrantados de coração, proclamar a liberdade aos cativos, a libertação aos que estão presos... restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor" (Is 61,1; Lc 4, 18).

Submissos … vontade divina, os Pobres de Deus, constituem assim, um Resto de um povo humilde e simples que o Messias reunir de todas as nações e os colocar como uma luz para todos os homens. Despojados de toda vanglória, prestígio e sabedoria humana, e conscientes da sua indigência de méritos pessoais, serão eles as testemunhas verazes do socorro sempre presente do Pobre dos Pobres, que a todos enriquece. Para eles é a bênção proclamada no cimo da Montanha: "Bem-aventurados os pobres em espírito... os mansos... os aflitos... os que têm sede e fome de justiça... os puros de coração... os que promovem a paz... os que são perseguidos por causa da justiça... quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque ser grande a vossa recompensa nos céus..." (Mt 5. 2ss).

Neste contexto de pobreza que vive Maria, a Pobre de Nazaré. Os evangelistas pouco falam Dela. E tudo o que sabem sobre esses 30 anos escondidos da vida quotidiana da Família de Nazaré, o escutaram provavelmente da sua boca. Que comentam? Os feitos extraordinários de uma Mulher extraordin ria, da qual fala veladamente toda a Escritura? Não! A Mãe falou-lhes do Filho!

As paredes da casinha de Nazaré são testemunhas silenciosas da visita do Todo Poderoso a uma jovem que passava incógnita entre todas as jovens do seu tempo. Uma vida normal de uma moça do campo, interrompida pela eleição … qual ansiavam todas as jovens de Israel: "Eis que a jovem concebeu e dar … luz um filho e por-lhe- o nome de Emanuel" (Is 7,14). Diante da eleição divina, a Serva considera-se pouca coisa e sem méritos. Não se ensoberbece, mas se humilha como quem não tem direitos sobre si mesma, sobre a sua vontade.

Diante do fecundo sinal da maternidade de Isabel, a Mãe do Salvador do Mundo não se exalta, mas proclama as maravilhas do Todo Poderoso, que "olhou para a humilhação de sua serva". É o Maravilhoso que faz maravilhas em favor do seu povo, conforme tinha prometido. Também com admiração escuta as profecias de Simeão e Ana. É sem compreender que guarda as palavras do Seu Filho no encontro no Templo. Nas bodas de Can , a Escrava do Senhor, Mulher escondida, revela-se como a grande intercessora de todos os pobres em Espírito: "Não têm vinho". Não têm o Espírito, não têm Alegria, não têm Vida. A Serva do mundo intercedia pelos pobres do mundo.

Aos pês da Cruz, com a inteireza e mansidão de Mulher, provada pelo sofrimento compartilhado com Seu Filho, renuncia livremente ao Bem mais alto que tinha recebido e oferece o Cordeiro sem mancha, em libação pelos pecados dos filhos pecadores que recebe do Santo Crucificado.

Despojada de tudo e de si mesma, pobre, humilde, sempre disponível a fazer a vontade de Deus, não tendo nada, mas possuindo o Tudo, Maria ê dignamente aclamada como SANTA MARIA DOS POBRES.

A Bem-aventurada Virgem de Nazaré, Mãe de Deus e nossa Mãe, Senhora do Mundo e dos Céus, continua hoje, junto de Deus, intercedendo pelos filhos seus que ainda choram neste vale de lágrimas. A POBRE DE NAZARé é VERDADEIRAMENTE SANTA MARIA DOS POBRES.

Nossa Senhora do Pilar




Segundo uma antiga tradição, desde os primórdios de sua conversão, os cristãos primitivos ergueram uma ermida em honra da Virgem Maria, às margens do rio Ebro, na cidade de Zaragoza, na região de Aragon, na Espanha. A capelinha primitiva foi sendo reconstruída e ampliada com o correr dos séculos, até se transformar na grandiosa basílica que acolhe, como centro vivo e permanente de peregrinações a numerosos fiéis que, de todas as partes do mundo, vêm rezar à Virgem e venerar seu Pilar.

Outra venerável tradição afirma que a Virgem apareceu sobre um pilar junto ao Ebro, ao apóstolo São Tiago, que chegara à Espanha para anunciar o Evangelho quando estava desanimado pelos insucessos, já disposto a retornar a Jerusalém.

Trata-se de uma invocação que tem sido objeto de particular devoção dos espanhóis. Dificilmente poder-se-á encontrar na nação espanhola um povoado que não guarde com amor a pequena imagem sobre a santa coluna.

Muito para além dos milagres espetaculares, a Virgem do Pilar é invocada como refúgio dos pecadores, consoladora dos aflitos, Mãe da Espanha. Sua ação é sobretudo espiritual. A devoção ao Pilar tem uma enorme penetração na Ibero-américa, cujos países celebram o dia do descobrimento de seu continente a 12 de outubro, isto é, no dia do Pilar.

A Basílica fica aberta o dia inteiro, mas nunca faltam os fiéis que chegam ao Pilar em busca de reconciliação, graça e diálogo com Deus.

É popular na Espanha, especialmente a região de Aragon, a jaculatória: "Bendita seja a hora em que a Virgem veio em carne mortal a Zaragoza". Outra tradição chega a afirmar que a visita da Virgem à Espanha tenha ocorrido durante sua vida terrena.

O Papa João Paulo II, por duas vezes escolheu este santuário como primeiro passo de suas viagens à América Latina: em 1979, para assistir à Conferência de Puebla e em 1984 para inaugurar as comemorações do V Centenário do descobrimento e o início da evangelização na América.

O Papa dizia nessa basílica, citando Puebla: "Ela (Maria) tem que ser cada vez mais a pedagoga do Evangelho na América Latina" (Puebla, 290). "Sim, continua dizendo o Papa, a pedagoga, a que nos conduz pela mão, que nos ensina a cumprir o mandato missionário de seu Filho e a guardar tudo o que Ele nos ensinou. O amor à Virgem Maria, Mãe e Modelo da Igreja, é garantia da autenticidade e da eficácia redentora de nossa fé cristã".

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro




Pouco se sabe a respeito da autoria artística do quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, apesar de conhecidíssimo pelos católicos do mundo inteiro. Segundo especialistas, há forte indício que o artista seja grego, pois as inscrições estão neste idioma. Esta pintura deve ter sido executada no período compreendido entre os séculos XIII e XIV. A tradução das quatro letras gregas na parte superior da tela significam “Mãe de Deus”. No quadro, o Menino Jesus, ao colo de Nossa Senhora contempla um dos anjos, que respectivamente seguram na mão instrumentos prefigurativos dos sofrimentos futuros, da paixão e morte do Salvador: lança, vara com a esponja, o cálice com fel, cruz e cravos. O quadro é composto de significativos detalhes. O Menino Jesus, amedrontado com a visão dos arcanjos Miguel e Gabriel segurando os referidos instrumentos, busca socorro no colo seguro da Mãe, já que uma das sandálias lhe resta ao pé esquerdo, dependurada só pelo cadarço. Maria o acolhe maternalmente e nos fita com olhar terno, ao mesmo tempo triste, como sinal de apelo à humanidade pelos pecados, causa do sofrimento do seu Filho. A tradução das letras gregas acima do ombro Menino, significam “Jesus Cristo”. Segundo tradições orientais, o quadro, uma pintura em estilo bizantino, é uma reprodução de uma pintura feita por São Lucas, que além de escritor, era também pintor.

Conta-se que este quadro ficava exposto em um templo na Ilha de Creta, e que fora roubado por um negociante que pretendia levá-lo a Roma a fim de vendê-lo. Quando o navio saiu, uma tremenda tempestade formou-se, causando desespero na tripulação. Todos pediram socorro à Deus à Virgem, ocasião em que a tempestade dissipou-se. A embarcação acabou aportando na Itália, mais ou menos na mesma época em que Colombo trazia da América para a Europa a nau “Santa Maria”. O quadro milagroso de Nossa Senhora foi transportado para a cidade de Roma.

Posteriormente, após a morte do ladrão, Maria manifestou-se a diversas pessoas, expressando o desejo de que esse quadro fosse venerado na Igreja de São Mateus (hoje Igreja de Santo Afonso), em Roma, a qual está situada entre as Igrejas de Santa Maria Maior e São João de Latrão. Seu desejo não foi atendido e algum tempo depois, o quadro ficou em poder de uma mulher que tinha uma filha de 6 anos.

Certo dia, Maria apareceu à menininha e lhe indicou um lugar, dizendo: "quero que o quadro seja colocado entre a minha querida Igreja de Santa Maria Maior e a do meu filho São João de Latrão". A própria Virgem Maria, nessa aparição, foi quem deu à menininha o título “Perpétuo Socorro" e lhe manifestou o desejo de ser invocada com este nome. A menina contou o fato à sua mãe e esta resolveu seguir o indicado pela Virgem, entregando a imagem aos padres agostinianos, que residiam na Igreja de São Mateus, onde foi exposta à veneração pública no dia 07 de março de 1499, numa solene procissão. Lá permaneceu por três séculos tornando-se centro de peregrinação católica.

No ano de 1778, por ocasião da guerra civil, o venerável templo foi destruído, mas o quadro foi preservado e graças aos religiosos agostinianos, foi levado a salvo para o seu novo mosteiro, junto à Igreja de Santa Maria in Posterula, lado oposto da cidade.

O último membro da Congregação a fazer profissão religiosa no templo de São Mateus foi o frade Agostinho Orsetti. Com idade avançada e sentindo a proximidade da morte, recebia as visitas de um jovem amigo, Miguel Marchi, a quem lembrou por diversas vezes da Virgem do Perpétuo Socorro: “Não te esqueças, Miguel, - disse ele - que a imagem que está na capela é a mesma que foi por muito tempo venerada em São Mateus. Quantos milagres sucederam!”. Mais tarde, quando o jovem já pertencia à Ordem dos Redentoristas, ouvindo que um confrade seu encontrara documentos preciosos, relatou tudo o que ouvira do Frei Orsetti a respeito do quadro.

Passado algum tempo, o Papa Pio IX chamou para Roma os redentoristas, e nessa ocasião veio à tona a questão sobre a santa imagem. Os padres redentoristas solicitaram ao Papa que o quadro fosse colocado na Igreja de Santo Afonso, construída no mesmo lugar em que estivera a Igreja de São Mateus, ora destruída pela guerra. Atendendo ao pedido, o Papa disse: “É a nossa vontade que a imagem da Santíssima Virgem volte para a Igreja localizada entre Santa Maria Maior e São João de Latrão”. Ao mesmo tempo, deu ordem aos redentoristas que divulgassem a devoção ao mundo inteiro. No dia 26 de abril de 1866, a imagem foi solenemente levada em procissão para o local de sua escolha, a Igreja de Santo Afonso, grande apóstolo e defensor de Maria. A devoção hoje encontra-se presente no mundo inteiro e milhões de cópias foram reproduzidas em todo o globo.

Nossa Senhora da Penha de França


No início do século XVII era então este lugar, hoje tão aprazível e poético, uma sesmaria erma e triste, onde uma flora exuberante e baldia abrigava uma fauna diversa e hostil, quando o Capitão Baltazar de Abreu Cardoso ia subindo o Penhasco (lugar elevado e rochoso), para ver a sua grande fazenda, quando de repente lhe aparece uma grande serpente prestes a atacá-lo. Inerte, só, incapaz de defender-se, acode-lhe uma visão de seus lábios irrompe a invocação: "Minha Nossa Senhora Valei-me". Nesse preciso momento surge um lagarto, inimigo das cobras. Travou-se uma luta mortífera entre os dois animais, Baltazar, por sua vez, não perdeu tempo e fugiu.

Depois de ter refeito as forças e ter respirado fundo, Baltazar, reconheceu que o aparecimento do lagarto se devia a uma intervenção protetora de Nossa Senhora, a quem ele tinha pedido socorro. Em reconhecimento por tão importante gesto maternal, Baltazar constrói uma pequena ermida com uma imagem de Nossa Senhora, a quem chamou de Nossa Senhora da Penha por se encontrar no alto do Penhasco.

Como a devoção a Nossa Senhora do Alto do Penhasco se foi espalhando e cada vez era maior o número dos fiéis que visitavam a imagem de Nossa Senhora, uns para agradecer e outros para pedir a sua proteção e intercessão, foi criada a Vem. Irmandade de Nossa Senhora da Penha e ampliada a ermida no ano de 1728, sendo também construído um campanário onde foram colocados dois pequenos sinos.

No ano de 1817 ia subindo a pedra um piedoso casal quando a esposa (Maria Barbosa) comentou com o marido que iria pedir a Nossa Senhora da Penha para interceder por eles para que Deus lhe concedesse um filho, visto que já estavam casados há alguns anos e não tinham a alegria de terem filhos.

Dona Maria Barbosa pediu, confiou e prometeu que, se tivesse um filho mandaria esculpir no duro granito do penhasco uma escadaria para facilitar o acesso dos devotos de Nossa Senhora da Penha ao Santuário.

No ano seguinte o casal era presenteado com um lindo filho e no ano de 1819 a escadaria estava feita conforme a temos hoje. São 382 degraus, mais ainda do que os números dos dias do ano, como muitos costumam acreditar.

No ano de 1870, foi demolida a ermida e construído em seu lugar, um novo templo: uma igreja com uma torre e novos sinos. Quando em 1900 foi submetida a nova reforma foram construídas as duas torres que hoje vemos colocados mais sinos.

Nossa Senhora das Neves




No século IV vivia em Roma um ilustre descendente de nobre família romana, o qual, não possuindo herdeiros, resolveu em combinação com a esposa consagrar sua imensa fortuna à glória de Deus. Estava pensando seriamente no assunto, quando a Rainha do Céu, com o Menino Jesus no colo, apareceu-lhe em sonhos e disse-lhe: - "Edificar-me-eis uma basílica na colina de Roma que amanhã aparecerá coberta de neve".

Era noite de 4 para 5 de agosto, época de maior calor na Itália, mas no dia seguinte, devido a um estupendo milagre, o monte Esquilino estava coberto de neve. A população da cidade acudiu ao lugar do prodígio e até mesmo o Papa Libério, acompanhado de todo o clero, para lá se dirigiu.

Logo depois de iniciada a construção, a basílica foi denominada de Nossa Senhora das Neves, devido ao fenômeno climático. Este templo, no entanto, é conhecido universalmente pelo nome de Santa Maria Maior por ser a mais importante entre todas as Igrejas de Roma dedicadas à Virgem Santíssima.

Nossa Senhora de Nazaré


Os primeiros séculos da Igreja Católica foram caracterizados por um certo grau de tolerância com os pagãos que se convertiam maciçamente. Um dos costumes que essas pessoas traziam era o culto que prestavam às imagens de suas divindades.

A tolerância a que nos referimos tem um detalhe de purificação: em vez de se terem estátuas dos ídolos do paganismo, as imagens passaram a representar figuras bíblicas, especialmente aquelas ligadas ao NT.

Acreditamos que nenhum outro personagem ganhou mais representatividade entre os católicos do que Nossa Senhora, a Mãe de Jesus, que nos foi entregue pelo Salvador quando expirava no Calvário.

A pequena imagem de Nossa Senhora de Nazaré, que hoje é venerada em Portugal teria recebido essa denominação pelo fato de haver sido esculpida, em madeira, naquela cidadezinha da Galiléia onde a Sagrada Família se estabeleceu.

A profissão de São José que era carpinteiro e não escultor bem como a profunda religiosidade herdada de seus antepassados que não permitia a confecção de imagens humanas elimina por completo a possibilidade de ter sido o pai adotivo de Jesus o autor da bela peça.

De Nazaré, a imagem foi levada pelas mãos do monge Ciríaco que, fugindo dos dominadores romanos, a entregou a São Jerônimo, que, por sua vez, a fez chegar às mãos de Santo Agostinho.

Este a remeteu para o Mosteiro de Caulina, na Espanha, onde permaneceu até o século VIII, quando a invasão turca levou os monges a abandonarem a região.

Quando os monges deixaram o mosteiro, a pequena imagem ficou sob a guarda do abade, frei Romano, que acompanhou dom Rodrigo, rei da Espanha que, tendo sido derrotado pelos turcos na batalha de Guadalete, fugia em direção a Portugal.

Ao se separarem, já em território português, o religioso permaneceu com a imagem, refugiando-se na localidade chamada Sítio do Monte Siano, onde foi encontrado por dom Rodrigo, em 716, já morto.

A imagem de Nossa Senhora, porém, cuidadosamente escondida por frei Romano, somente seria encontrada séculos depois, casualmente, por pastores, num pequeno abrigo de pedras no alto daquele monte.

A notícia da descoberta da estatueta espalhou-se rapidamente, chegando ao conhecimento do fidalgo lusitano dom Fuas Roupinho, que passou a visitar com freqüência o pequeno altar rústico que guardava a imagem, sendo o protagonista do primeiro milagre atribuído à Virgem de Nazaré.

Dom Fuas não é um personagem qualquer. Na história do povo lusitano, em suas origens, desempenhou papel importante como estrategista e líder, comandando suas tropas em grandes vitórias na defesa do território português, em especial contra os mouros, quando estes invadiram a Península Ibérica e ocuparam a região da Espanha.

Conta-se que, em 14 de setembro de 1182, caçando nas redondezas, dom Fuas se viu, de repente, frente a um enorme precipício. Na iminência da morte certa, lembrou-se da imagem e gritou: «Senhora, valei-me!»

No mesmo instante sua montaria estancou, cravando as pata traseiras em solo firme, rodopiando sobre elas, pondo a salvo o cavaleiro. Impressionado com o ocorrido, dom Fuas mandou erigir uma capela no local.

Anos mais tarde, no reinado de dom Fernando, este mandou construir um templo maior, que foi elevado depois à condição de matriz e onde se reunem os portugueses para render fervorosas homenagens à Virgem de Nazaré no dia 14 de Setembro.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Nossa Senhora dos Navegantes




Consta que o início da devoção à Nossa Senhora dos Navegantes originou-se na Idade Média por ocasião das Cruzadas, quando os cristãos invocavam a proteção de Maria Santíssima. Sob o título de "Estrela do Mar", rogavam sua proteção os cruzados que faziam a travessia pelo Mar Mediterrâneo em direção à Palestina. É a padroeira não só dos navegantes, mas também de todos os viajantes. Tal tradição foi mantida entre os marítimos e foi difundida pelos navegadores portugueses e espanhóis, disseminando-se entre os pescadores litorâneos principalmente nas terras colonizadas pela Espanha e Portugal. As conseqüências foram a multiplicação de capelas, igrejas e santuários nas regiões pesqueiras, particularmente no Sul do Brasil, onde a concentração de cidades que a veneram como padroeira é significativamente expressiva.

Nas cidades de Balneário Arroio do Silva, Laguna, Balneário Barra do Sul, Ouro, Mondaí, Bombinhas e Navegantes, a devoção à Senhora dos Navegantes é tão expressiva que, por decreto, foram instituídos feriados nestes municípios catarinenses.

Destacando-se a cidade de Navegantes que, primitivamente, pertencia à Itajaí, então habitada por índios carijós. A demarcação de uma sesmaria na praia de Itajaí deu-se por ordem do Conde Resende, Vice-Rei. Foi em 1795 que José Ferreira de Mendonça efetuou a demarcação da Real Fazenda. A comunidade de Navegantes, canonicamente, pertencia à Paróquia do Santíssimo Sacramento de Itajaí. Em 23 de janeiro de 1896 a "Camara Episcopal de Corytiba" concedia "licença para que no lado esquerdo do Rio grande de Itajahy se possa erigir uma capela sob a invocação de Nª Sª dos Navegantes, de S. Sebastião e de S. Amaro". O Padre Antônio Eising, então Vigário da Paróquia de Itajaí foi quem fez a solicitação. Recebendo a promulgação oficial, iniciou a construção da Capela, que ficou pronta em 1907 sendo sua inauguração comemorada com três dias de festas: 7, 8 e 9 de setembro daquele ano. Navegantes só foi elevado à categoria de município em 30 de maio de 1962 e, consequentemente a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes foi elevada a Paróquia. Por ocasião dos festejos comemorativos aos 25 anos da Paróquia criada, a 19 de julho de 1987, o então Bispo Auxiliar (hoje Arcebispo Metropolitano) da Arquidiocese de Florianópolis, Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, fez a dedicação do Altar e da igreja Matriz. Em 1996, por Decreto da Cúria Metropolitana, a igreja Matriz foi elevada a Santuário Arquidiocesano, sob a invocação de Santuário de Nossa Senhora dos Navegantes.

Nossa Senhora de Montligeon


O Santuário de Nossa Senhora de Montligeon está consagrado a Maria porque Ela é a melhor advogada dos homens junto de Deus e de Seu Filho Jesus Cristo. Por outro lado, se os cristãos a chamam Nossa Senhora Libertadora ou Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, é porque desde há muito conhecem o Seu poder intercessor.

Em Montligeon invocamos a Virgem Maria por todos os defuntos; com efeito Maria exerce relativamente à vida sobrenatural de todo o homem, uma função comparável à que exerce uma mãe relativamente aos seus filhos durante a sua vida terrestre. Após a morte, Maria não abandona jamais os seus filhos, sobretudo aqueles que já não estão longe de se encontrar com Deus. Maria contribui então para a sua « purificação » tornando-os aptos a ser acolhidos na Cidade Celeste. Ela fá-lo tanto mais de bom grado quanto mais lho pedimos com confiança.

Mantendo-se ao pé da Cruz e unindo-se ao sacrifício do Seu Filho, Maria adquiriu uma grande capacidade de intercessão para todos os homens de quem se tornou Mãe. Permanecendo junto do Coração de Cristo glorificado, Ela deseja ver o mais depressa possível introduzidos na intimidade de Deus as almas que ainda estão no Purgatório.

Nossa Senhora do Monte Serrat


Infelizmente não há como se afirmar com exatidão o surgimento do título de Monte Serrat à Nossa Senhora, mas o relato mais antigo está relacionado ao ano de 546, na Catalunha, ao Sul da Espanha, quando um monge chamado Querino fundou um rudimentar mosteiro consagrado a uma virgem, na subida da montanha. Após a invasão árabe ocorrida, a imagem que todos veneravam foi escondida numa caverna, sendo encontrada dois séculos posteriores por pastores da região, tendo sido levada novamente ao mosteiro em uma procissão solene.

Afirmações antiqüíssimas narram que alguns pastores de Obesa passavam pela montanha em 880 e ouviram cânticos de celeste harmonia e foram atraídos por um mágico esplendor irradiado do meio de um rochedo. Encantados com a maravilhosa visão, se aproximaram cautelosamente e notaram uma imagem numa cavidade natural da rocha, na elevação da montanha, que, devido aos seus estranhos fenômenos, difundia uma certa magia. Diante do inesperado acontecimento, os pastores revelaram ao bispo Marenza o ocorrido. Subindo a montanha com os pastores para comprovar o fato, pôde verificar que a imagem encontrada pertencera à Igreja de Barcelona, desde os tempos do Cristianismo, e que havia sido colocada naquele lugar pelos Godos, em 711, durante a invasão moura, para livrá-la da profanação dos infiéis.

Tal notícia espalhou-se rapidamente e os habitantes das redondezas acorreram ao local e tentaram transportar a imagem para um ponto mais elevado da montanha. Porém, notaram que não havia condições de movê-la, mesmo com o emprego da força, levando-os a acreditar que estavam diante de algo sobrenatural. Assim é que a imagem da Virgem permaneceu no plateau da montanha, onde foi erguida uma capela, sob a proteção dos monges do Monistrol.

No século IX, o fervoroso Walfrido, o Cabeludo, costumava orar na capela, onde também foi construído um mosteiro de monges beneditinos, que, posteriormente, foram substituídos por religiosas da Ordem dos Homeros. E, com a notícia de que estariam ocorrendo milagres diante da venerada imagem, a peregrinação tornou-se numerosa naquele trecho da mística montanha. Devotos da Espanha e de toda a Europa marcaram presença no local, inclusive reis, príncipes, prelados e altos dignatários de toda estirpe.

Até os reis católicos de Aragão, de Castella e de Navarra subiram a montanha humildemente e, com o donativo da nobreza, foi erguido o majestoso edifício do Mosteiro do Monte Serrat, que esteve sob a guarda dos frades beneditinos durante muito tempo. Além de devotos, os reis católicos instalaram os beneditinos da Nova Congregação de Valladolid no mosteiro. Outros, mesmo distante da montanha, mantiveram sua devoção, como Jayme II, rei da Inglaterra, em 1685, embora enfermo na Sicília, ostentava em seu poder uma imagem de prata da Senhora do Monte Serrat.

A fama do mosteiro do Monte Serrat levou o Papa Benedicto XV a visitá-lo pessoalmente, erigindo-o em Abadia e conferindo-lhe grandes prerrogativas. Também o Papa Leão XIII declarou, canonicamente, a Virgem de Monte Serrat, Padroeira de Catalunha. Antigas crônicas rezam que os monges beneditinos viveram na montanha na Idade Média, edificando mosteiros nos picos mais altos, e que o principal foi abandonado depois das depredações francesas de 1812, restando somente o Santuário com a sua Virgem Morena ou Senhora do Monte Serrat.

De fato, a imagem venerada no altar-mor da Basílica monte Serratina, na Espanha, é de madeira escura, conforme registram os cronistas espanhóis: "La cana y manos, asi de la Madre como del Hijo, son de color moreno, ó más bien, negro", motivo pelo qual é chamada carinhosamente de La Moreneta pelo povo da Catalunha e cuja entronização ocorreu em 1947. Não só a imagem como a cadeira são de madeira, enquanto o manto é de ouro, sua túnica interior dourada e o véu, policromado, ostentando ainda um tocado que lhe cinge a áurea coroa. Quanto ao Menino Jesus em seu regaço, também foi esculpido em madeira escura. "A Sagrada Imagem - diz Manoel Fontdevilla - pertence ao estilo romântico-catalão, do século XII".

A fascinante montanha onde foi encontrada a imagem da Virgem tem um aspecto místico devido a um fenômeno cataclísmico provocado pelas águas fantasmagóricas, pois suas serranias desafiam os céus com seus enormes picos aguçados, semelhantes ao perfil de uma gigantesca serra. Segundo descreve ainda Fontdevilla: "O tradicional mosteiro se eleva entre as gigantescas rochas, que a rodeiam como fadas protetoras", e que, "em seus ríspidos picos está o trono da virgem morena, a Padroeira da Catalunha", acentuando ainda que "Montserrat é para os catalães, em geral, a montanha mágica".

Nossa Senhora das Mercês




A Ordem religiosa de Nossa Senhora das Mercês, foi fundada por São Pedro Nolasco e São Raimundo de Penaforte em 1223 por ocasião da libertação dos escravos cristãos, tendo generalizado-se sua festa na Igreja em 1696.

Foi no dia primeiro de agosto de 1223 que São Pedro Nolasco foi agraciado com uma aparição de Nossa Senhora, a qual lhe indicou os meios para libertar os cristãos das mãos dos mouros. A França, na época, era palco de graves desordens devido aos abusos dos albigenses, que infestavam todo o sul do país. Achava-se Pedro associado ao conde Simão de Monfort, comandante do exército católico e com ele lhe chegou à Espanha, onde lhe foi confiada a educação do príncipe Jaime de Aragão. Investiu toda a sua fortuna e arrecadou somas avultadas com pessoas caridosas , a fim de resgatar cristãos escravos que tiveram a infelicidade de cair em poder dos muçulmanos.

Maria Santíssima, mostrando grande satisfação pelo bem que fizera aos cristãos, deu-lhe a ordem de fundar uma congregação como fim determinado da Redenção dos cativos. Pedro comunicou tal fato a São Raimundo de Penaforte, seu confessor e ao rei Jaime, e grande surpresa teve, quando deles soube, que ambos, na mesma noite, haviam tido a mesma aparição. Organizaram, então, as constituições da regra da nova Ordem, que teve gratíssimo acolhimento do povo e dos nobres. Já em 1235, a nova regra obteve aprovação da Santa Sé.

Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças


Conta hoje vinte e um séculos a História Mariana. E ao lançarmos um olhar retrospectivo sobre este grande lapso de tempo, vemos em grandiosos quadros como a história dos povos gravita em torno da profecia da humilde Virgem.

Calvário, Efeso, Rosário, Lepanto, Pio VII, Aparecida, Dogma da Imaculada, Guadalupe, Lourdes, Fátima, e tantos outros títulos que lembram um passado de fatos e vitórias das quais depende a sorte da humanidade inteira.

Mas os triunfos da humilde Virgem não terminaram. Enquanto houver gerações sobre a terra, de continente a continente, de país a país, de cidade a cidade, de povoação a povoação, pelo futuro além, ressoarão os hinos da vitória da Grande Mãe de Deus.

Ainda chegam até nós os hinos de júbilo do magno dia 08 de dezembro de 1854 e da solene definição dogmática da Assunção e Mediação Universal da Virgem Senhora!

A doutrina de Mediação universal de Maria Santíssima compreende duas partes: A Co-redenção ou a associação da Virgem Senhora à Redenção do gênero humano, e a mediação ou intercessão necessária para obtermos qualquer graça de Deus.

Que a Virgem Senhora tenha sido associada à Redenção do gênero humano, não cabe a menor dúvida. O padre José Bover, S. J. (membro da então comissão pontifícia de estudos preparatórios para a dogmatização) alega para provar esta verdade, inúmeros testemunhos dos Santos Padres, doutores, pontífices, bispos, teólogos, exegetas e da sagração da liturgia. Eis o que diz no seu livro “A Mediação Universal de Maria”:

Pelo que toca à tradição dos Santos Padres, são inúmeros os seus testemunhos. Santo Irineu, o padre por excelência da tradição cristã, escrevia: “O gênero humano, sujeito à morte por uma virgem, foi salvo por outra Virgem”.

Santo Efren fala inúmeras vezes da parte que Maria teve na Redenção dos homens. Diz, por exemplo: “Eva contraiu o pecado; à Santíssima virgem ficou reservado pagar a dívida de sua mãe e rasgar a escritura de condenação que oprimia todas as gerações”. E não duvida de chamar a Maria “redenção dos nossos pecados – preço do resgate dos cativos – paga dos nossos delitos”.

Na idade média encontramos uma série de teólogos que falam explicitamente da co-redenção da Virgem Senhora. Arnaldo diz que no Calvário “havia dois altares: Um no coração de Maria, outro no coração do corpo de Cristo. Cristo imolava sua carne, e Maria sua alma. Santo Alberto Magno assim se expressa: “Companheira na Paixão, Maria tornou-se cooperadora na Redenção”.

“Deus, querendo resgatar o gênero humano, depôs o preço do resgate nas mãos de Maria”, afirma são Bernardo. Santo Antônio ajunta que Maria foi dada a seu Filho como cooperadora na redenção mediante a sua participação suma na Paixão.

Jesus Cristo, para honrar sua mãe, determinou que todas as graças que Ele nos mereceu, não fossem comunicadas aos homens, senão por meio d’Ela. Junto da cruz constituiu-a nossa Mãe para que dispensasse seus maternais desvelos para com todos os viventes. Este Decreto Divino, porém, não exclui a invocação de intercessão de Santos; mas se por meio deles obtemos favores, não é sem a Mediação da Virgem Senhora. É Mãe e, por isso não é sempre necessário recorrer a Ela para se alcançarem graças. Vela por todos, mesmo não sendo invocada.

O domínio da Mediação de Maria SS. Se estende sobre todas as graças conquistadas por Jesus Cristo. Depende diretamente de uma Mediação tudo quanto é objeto imediato da prece precatória, como são os auxílios de que carecemos para atingir nosso fim último, auxílios internos e externos, naturais e sobrenaturais, principalmente as graças atuais.

Indiretamente depende a graça santificante, tanto sua primeira infusão como o seu aumento. Indiretamente, pois, a graça santificante e seu aumento são frutos das boas obras e dos sacramentos. Mas tudo para a boa obra como para a digna recepção dos santos sacramentos, precisamos de inúmeras graças atuais e estas nô-las obtém a intenção de que em nós aumente a graça santificante.

Este ofício de Medianeira de todas as graças, a Virgem Senhora o está exercendo desde a sua gloriosa Assunção.

Para provar esta segunda parte não há mister de muitos textos. A começar de Santo Efrem até Pio XII, todos são unânimes em aclamar a grande Mãe de Deus.